quarta-feira, 22 de julho de 2009

guimares rosa

Guimarães Rosa é figura de destaque dentro do Modernismo . Isso se deve ao fato de ter criado toda uma individualidade quanto ao modo de escrever e criar palavras, transformando e renovando radicalmente o uso da língua.

Em suas obras, estão presentes os termos coloquiais típicos do sertão, aliados ao emprego de palavras que já estão praticamente em desuso.

Há também a constante criação de neologismos nascidos a partir de formas típicas da língua portuguesa, denotando o uso constante de onomatopéias e aliterações.

O resultado disso tudo é a beleza de palavras como "refrio", "retrovão", "levantante", "desfalar", etc., ou frases brilhantes como: "os passarinhos que bem-me-viam", "e aí se deu o que se deu – o isto é".

A linguagem toda caracterizada de Guimarães Rosa reencontra e reconstrói o cenário mítico do sertão tão marginalizado, onde a economia agrária já em declínio e a rusticidade ainda predominam. Os costumes sertanejos e a paisagem, enfocada sob todos os seus aspectos, são mostrados como uma unidade, cheia de mistérios e revelações em torno da vida.

A imagem do sertão é, na verdade, a imagem do mundo, como se prega em Grande Sertão: Veredas . O sertanejo não é simplesmente o ser humano rústico que povoa essa grande região do Brasil. Seu conceito é ampliado: ele é o próprio ser humano, que convive com problemas de ordem universal e eterna. Problemas que qualquer homem, em qualquer região, enfrentaria.

É o eterno conflito entre o ser humano e o destino que o espera, a luta sem tréguas entre o bem e o mal dentro de cada um, Deus e o diabo, a morte que nos despedaça, e o amor que nos reconstrói, num clima muitas vezes mítico, mágico e obscuro, porém muitas vezes contrastando com a rusticidade da realidade. Seus contos seguem também, de certa forma, a mesma linha desenvolvida dentro de seu único romance.


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